Monday, July 07, 2008

O Avesso do Universo

Vim do esgoto, submerso,
Transpassando os sete mares,
Percorri ilhas e vales,
Moroso, sujo, disperso,
Contando bens e males,
Cantando aos bons e reles
Sem nada em troca dar-lhes
E nada em troca peço.
Na busca de outros ares,
Novos improvisados lares,
Das flores – não me fales!
Das mágoas – não me cales,
Dos ratos me despeço.
Dos fatos me desfaço,
Os medos – nem disfarço!
A mim mesmo desenlaço
E para não mais embaraço,
Me perco no verso
Do avesso do Universo.

(Dimas Gomes)

Wednesday, July 02, 2008

Sou expert...


...em fingir (pra mim mesmo) que está tudo bem.

Não é insegurança. Nem hipocrisia. Nem cinismo. E nem conformismo. É "A Vida Como Ela É". Um feel me sem fim, nem começo. Sem "vi", nem "conheço". Chega a ser inconsciente.

Tente encarcerar um fobofóbico e um autofóbico, e veja como, contraditoriamente, eles se completam. Um teme seu próprio medo; o outro teme a si mesmo. O fobofóbico cura a solidão do autofóbico, e o autofóbico não teme o fobofóbico, nem seus medos. Dois inadequados da sociedade corriqueira se completando, se adaptando, unicamente encarcerados. Um para o outro, outro para o um. Só que é chegado o momento em que o fobofóbico vem a morrer, por descuido, e o autofóbico, em seguida, extirpado os ossos por sua sombra.

O que podemos atestar? Nós que, desde o momento em que escorregamos no mundo, estamos encarcerados em nossos próprios sentidos e em nossa própria cabeça, nenhuma outra?! Na busca eterna do que nos irá completar e destruir. Dos nossos fobofóbicos ou nossos autofóbicos.

E não, não é um acontecimento ou outro que me trazem esses pensamentos. O pensar, em si, já o faz. O pensar em si também.

"(...)Mas, nesse imenso dilema entre o que acontece e o que você acha que acontece, quem pode saber? (...) No fim da noite, tudo sempre acaba em um novo poema...".

I'm back.