Sunday, August 31, 2008

Chabu



Deu chabu, só deu!
E quem perdeu fui eu...
Perdi a dignidade e a saliva quente
Na boca de uma libertina!
Minhas teorias conspiratórias
Só conspiraram contra mim mesmo
E cá estou, indignado,
Sem minha saliva quente
E sem minha libertina.


(Dimas Gomes)

Monday, August 18, 2008

Rimato

Daqui me parto,
Inepto e inexato,
Pra não dizer insensato,
Inócuo, porém... ingrato.

Assim, por alto,
Meu universo abstrato
É, de fato,
CHATO.

Mas além, mais além do tato,
No âmago do extrato,
É breve, de tão lato,
E mudo, de tão alto!

Veja eu: contraditório nato,
Entregue ao destrato,
Sem meios, nem sapato,
Sem fome, nem prato,
Solto, porém falto,
Harto, porém... Farto.

(Dimas Gomes)

Thursday, August 07, 2008

O Começo

("Tree of Life", de Esao Andrews)

D’onde vem?
D’onde ouço?

D’onde vim?

Responde, moço!
Que eu tô sem pá,
Tô sem ciência,
Tô tão tá, tão tô...
Tão só, tão literal,
Tão... sem.

Sem mim, sentir,
Sem vem, nem vir,
D’onde vim sentir?
Aonde vou sentir?
Aqui, no peito,
Peito fe-ri-do,
Peito a-ber-to,
Peito fechado.

D’onde sei?
E o que sei?
Sei de mim, sei sentir,
E de mim, só.
Só sei...

D’onde vem?
D’onde ouço?
D’onde vim?

Quero rés postas:
O fim é o começo.
E o começo é...

O fim.

(Dimas Gomes)