Monday, May 19, 2008

Ponto de Equilíbrio

Sigmund Freud ressalta, em “O mal estar na Civilização”, de 1930, que “no auge da paixão, os limites entre o ego e o objeto ficam ameaçados de dissolução, os apaixonados regridem ao narcisismo ilimitado e vivenciam o sentimento oceânico de serem um só”. Alguns românticos mais fervorosos não se conformam com tal designação. Pelo contrário. Interdependência é sinônimo de felicidade em seus dicionários. Já os mais “insensíveis” consideram essa regressão teorizada por Freud como um dos geradores do fim da liberdade com o início do casamento. E quem tem a razão? Ambos. A pergunta que fica é: o conflito de pensamentos continua? Não precisamente.

Ao se percorrer o caminho racional e o emocional, não se pode trilhar pelas extremidades. Deve sempre haver um ponto de equilíbrio. Mas, como conciliar a liberdade ao casamento? Como agir de acordo com a própria determinação, quando o matrimônio aduna os parceiros, formando um ser preso à subordinação e às satisfações, e, no geral, a um novo modo de vida? Uma única palavra responde qualquer dúvida sobre essa conciliação: limite. Mas, e esse limite? Como pode ser determinado? A partir de uma outra importante palavra: respeito. Quando se há respeito recíproco pelo parceiro, como ser humano, antes que marido ou mulher, a raia é perfeitamente determinada.

Porém, deve-se levar em conta que certas decisões para uma pessoa casada têm um campo de opções mais estreito que o das solteiras. Mas isso é um ponto a ser pensado antes mesmo de assinar compromisso, para não haver arrependimentos.

Por fim, um casamento harmonioso, equilibrado, não é uma garantia de longa duração, mas sim uma dependência mútua satisfatória que se prolonga sem rebaixar nenhum dos dois parceiros.
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Redaçãozinha de escola do ano passado. Professor Chico passou a me chamar pelo nome a partir desta. Aos outros ele chamava por "abençoados".

"A" de aleluia, Chico! Amém +.

1 Comments:

Blogger Loredana said...

Extremamente subjetiva essa linha tênue entre "essa tal liberdade",esse limite,esse respeito.As pessoas vivem procurando esse "ponto de equilíbrio" um tanto utópico.
Ninguem sabe de onde vem essa loucura pelo "ponto de equilibrio" como tambem nao sabe e onde vem esse "sentimento oceânico de ser um só" o homem cria a questao e fica sem saber resolve-lo , essa angustia é permanente.

- Apaixona-se,casa!
Nao entendem o que é esse "respeitar o ser humano" e o egoísmo acaba o que nem começou.
Essa instituição CASAMENTO , é a mais antiga e também a mais hipócrita de todos os tempo.As pessoas fazem sem ter a mínima noção do real sentido.

ps: muito boa Dimas,muito boa.

6:35 PM  

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