Wednesday, April 18, 2007

Eis o delírio dos sóbrios, a ruína dos magnatas. Cortai o pulso do mavioso, e deglutirás a mordaz filaúcia. Extirpa o coração dos benévolos, e ainda assim, sangrarás em usura. Na candura das virgens, a fealdade dos demônios. O sublime prazer da criança, ignorância. Olhai os vales do passado, e verás somente o negrume rutilante. Orai ao esquizofrênico, e te assemelharás. Do dédalo da eternidade e do receio, somos prisioneiros. Na balbúrdia do sofrimento, gritarás ao silêncio, e hei sido criado o infinito eco. Bradaste a todo o universo nosso conformado desespero. E Deus, em ilibada onisciência, zomba, em condolência, de nossas angústias. Orai a ti mesmo, e terás ao menos a certeza da incerteza. Orai ao Diabo, e verás a graça em tanta penúria e desgraça, ao menos. Somos o pus dos vermes, os dejetos dos merdívoros. Somos a carnificina das partículas de nada. Somos o fim e o início de um misterioso tipo de inconstante constância.

(Dimas Gomes)

Destilando umas pitadas de pessimismo, mas sem perder a meiguice. x)

2 Comments:

Blogger Adeus said...

Dimããããããos! eu achei isso muito sombrio, macabro! Prefiro manter meu pensamento um pouco distante, já basta de pensamentos negativos, prefiro viver iludido! Na ignorância da minha visão de criança =)

Um abraço bem grande, adoro você.

3:22 PM  
Blogger contracultura said...

eh um danado!

3:39 PM  

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