Thursday, May 22, 2008

A Última Rosa


Eis surgido dos cacos uma nova espécime.
Um brinquedo humano errante, olhar meio distante,
Coração pulsante, respiração ofegante, ainda brevipene,
E uma paz interior jamais vista.

Fala pelo silêncio e observa a tudo, quedo.
Seu vigor surpreendente moldado sobre sua amargura.
Tanto vigor recusa a ofensa daqueles
Que reduziram a pedaços seu palácio de porcelana.

Aqueles enfeites ambulantes, vivendo por viver,
Procrastinando, sempre, a desgraça de suas existências.
Esses, um dia, repesos, serão ofuscados
Pela luz resplandecente daquela criatura.

E talvez, cegos, se pôr irão a descortinar os pedaços intocados da reforma.
E com corte profundo, prestes a arranhar os últimos fios de arrependimento,
Suicidarão.

Tal brinquedo, rebanhado em negrume, assistirá ao enterro de tais vermes,
Lançar-lhes-á aos reles caixões uma última rosa:
A rosa do orgulho.

Do ar que se respira, dos dias que se vive,
Das quedas que criaram impérios.

De ser quem é, sem ser qualquer.

(Dimas Gomes)

2 Comments:

Blogger Nuances Azuis said...

Sempre poetizando suas opiniões fatais, hein man?! xD
Beijos!

8:02 AM  
Blogger Loredana said...

Quase um trovador!
Academia Brasileira de Letras pra voce Dimas \o/

bravo,bravo!

6:43 PM  

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